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6 de ago. de 2018

Bertalha: rústica, suculenta e deliciosa


Hoje vamos iniciar uma série de postagens sobre as PANCs, plantas alimentícias não convencionais, trazendo um pouco de informação sobre algumas delas. E nada melhor para começar com a nossa queridinha bertalha (Basella alba L.), mais “famosa” no Estado do Rio de Janeiro, também conhecida como espinafre-indiano em alguns lugares do Brasil. Trata-se se uma trepadeira de caule suculento e liso, com folhas verdes a verde-escuras.



Quem nos acompanha, já viu que a bertalha foi uma das primeiras plantas selecionadas para a nossa horta. A bertalha é de fácil cultivo, se desenvolve melhor em pleno sol (mas tolera lugares sombreados onde haja iluminação) e em clima quente, sendo duradoura nessas condições. E, ao contrário de outras hortaliças folhosas, é mais “rústica” e aguenta períodos de estiagens e temperaturas mais altas.

Finalidades: planta alimentícia, pode ser consumida refogada ou cozida em ensopados ou outros preparos. O sabor é suave, lembra bem espinafre. Entretanto, suas folhas são mais tenras e carnudas, bastante suculentas. 

Seus frutos, quando verdes, podem ser consumidos como uma “ervilhinha” e os maduros produzem um corante alimentar roxo.



Por ser rica em ácido oxálico, não é recomendável o seu consumo cru e em exagero. Entretanto, a bertalha é muito nutritiva, e além disso também é uma planta medicinal (mais informações podem ser vistas neste artigo aqui). 

Propagação: por sementes (germinação em torno de 10 dias) ou pelo enraizamento dos ramos. Por se tratar de uma trepadeira, fizemos um suporte para elas serem conduzidas. 

A planta apresenta desenvolvimento rápido e logo já se consegue ter boas colheitas. Em nossa experiência, o que se destacou foi a rusticidade da bertalha. Plantada em solo pobre e sem a ajuda de qualquer fertilizante, a planta se desenvolveu vigorosamente (fotos abaixo), e logo já estávamos utilizando suas suculentas folhas em nossas receitas.

Bertalha: 17 de março de 2018.

Bertalha: 07 de abril de 2018.

Bertalha: 28 de abril de 2018.

Bertalha: 09 de junho de 2018.

Bertalha: 24 de junho de 2018.
Bertalha: 21 de julho de 2018.

Bertalha: 04 de agosto de 2018.

Para finalizar, é preciso ressaltar que existem outras espécies de bertalha, como é o caso da Basella rubra L. (possui caule vermelho a vermelho-arroxeado) e da Anredera cordifolia (Ten.) Steenis (conhecida como bertalha-coração).  A bertalha de caule vermelho-arroxeado nós ainda não possuímos; já a bertalha-coração nós temos, mas esta será assunto para um outro dia 😉 Então, até logo!

Mais informações/fotos: Bertalha - Basella alba L.

Referências:
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual de hortaliças não-convencionais. Brasília: Mapa/ACS, 2010. 92p.

PELLEGRINI, M.O.O.; IMIG, D.C. Basellaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB34117>. Acesso em: 26 Jul. 2018

RANIERI, G. R. et al. Guia prático sobre PANCs: plantas alimentícias não convencionais. São Paulo: Instituto Kairós, 2017, 44p.

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