Pra aqueles que tem a felicidade de morar em uma casa e se dispor de um pequeno quintal, as oportunidades de cultivo são ainda maiores. Este era o caso da minha mãe (Estado do Espírito Santo). Não perdemos tempo, aproveitamos o seu pequeno terreno para expandir as experiências de cultivo que fazíamos no apartamento.
No início, tratava de apenas um terreno infértil, cheio de restos de tijolos, pedras e materiais de construção. Com um pouco de persistência fomos transformando esse espaço numa pequena horta. Foi necessário fazer a limpeza e a retirada dos materiais indesejados, e adição de húmus, composto, lixo orgânico, caixa de papelão, folhas secas, etc.
E os resultados foram surgindo… A primeira colheita obtida foi de quiabos e pepinos, duas plantas relativamente fáceis de se cultivar e que foram semeados no período de verão (sol e com abundância de chuva). Com a progressiva melhora da qualidade da terra, que de vermelha foi tornando-se cada vez mais escura com a crescente presença de minhocas, novos cultivos foram testados.
De modo semelhante que foi feito na sacada do nosso apartamento, criamos uma prateleira na parte externa da parede da varanda (nos fundos da casa), a qual serviu de apoio a vários vasos para cultivo de temperos. Além de aproveitar espaços, essa opção facilita o acesso aos temperos sempre que forem desejados.
Quintais pequenos e sombreados deve-se fazer o possível para otimizar o espaço e a luz existentes. Uma alternativa interessante é criar condições para que determinadas plantas se expandam verticalmente. No nosso caso, isso foi feito com o tomate, que foi conduzido em direção as grades da varanda, que lhe serviram de apoio. A varanda tornou-se mais fresca, bonita, colorida e saborosa.
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Pimentões, tomates e massa de tomate feita com os nossos tomatinhos |
Outro artifício que criamos, e que é válido para plantas trepadeiras e vigorosas, foi encaminhar seus ramos em direção a laje da casa. Isso foi feito com barbantes estendidos em alguns pontos, fazendo a conexão laje e planta. Não são necessários muitos barbantes, pois assim que alguns ramos conseguirem chegar a laje, a própria ramificação lateral formará uma “escada” para a acensão dos demais. O chuchu, o cará roxo e o mangalô se deram muito bem com esse sistema.
O fato é que, neste pequeno quintal, tem sido possível obter várias colheitas: couve, taioba, feijão guandu, alface, cebolinha, jiló gigante, coentro, almeirão, dentre outras. Apesar de parecer trabalhoso, não exige tanto tempo assim. Exceto pelas irrigações e colheitas, todo o trabalho restante tem sido feito apenas nos fins de semana em que visito minha mãe, o que ocorre apenas a cada 15 dias. E tem valido a pena!
Dessas experiências nos levaram a um importante questão: se é possível produzir tanto coisas em tão pouco espaço, o que seria possível numa área maior? É dar asas a imaginação…