Se a conservação adequada é essencial para as sementes que colhemos, ela também é fundamental para as sementes que compramos. Nem sempre conseguimos produzir as nossas próprias sementes de todas as hortaliças que cultivamos – algumas espécies, como beterraba, rabanete e repolho, precisam ser adquiridas comercialmente no nosso caso.
Mas surge um dilema comum para quem cultiva em pequena escala: a quantidade de sementes vendidas versus a necessidade real de uso. Embora os pacotes disponíveis no mercado sejam fracionados para atender ao cultivo doméstico, muitas vezes a quantidade ainda pode ser maior do que precisamos.
Quantidade de Sementes: Como Calcular a Necessidade
Vamos a alguns exemplos práticos:
- Um pacote de sementes de beterraba pode conter cerca de 1 grama, o que equivale a 70 sementes. Essa quantidade pode ser plantada de uma vez ou fracionada ao longo do tempo, sem exageros para o cultivo doméstico.
- Já um envelope de pimenta de cheiro costuma vir com 400 mg de sementes, e considerando que há cerca de 250 a 300 sementes por grama, podemos ter aproximadamente 100 sementes no pacote – um número muito alto para quem cultiva apenas para consumo próprio.
- O mesmo acontece com a salsa, onde um envelope pode ter 500 mg e cerca de 250 sementes, o que também é significativo para um tempero de uso moderado.
No vídeo, explicamos isso detalhamente:
Diante disso, há duas opções: semear tudo de uma vez e selecionar as mudas mais vigorosas, ou guardar parte das sementes para futuros cultivos, evitando desperdícios.
Semeaduras Fracionadas: Melhor Aproveitamento
E isso também vale para alguns tipos de sementes que a gente não necessariamente deve semear todas de uma vez, como ocorre com o rabanete. Por ser uma planta de crescimento rápido e colheita em cerca de um mês, sua produção pode ser escalonada.
Uma estratégia eficaz é semear pequenas quantidades periodicamente, como uma vez por mês, garantindo colheitas contínuas ao longo do ano. Dessa forma, evitamos excedentes, aproveitamos melhor o espaço disponível e garantimos sempre hortaliças frescas para consumo.
Armazenamento Correto das Sementes Compradas
Os envelopes de sementes compradas são frequentemente aluminizados, ajudando a preservar a umidade interna. No entanto, assim que abrimos o pacote, a exposição ao ar e à umidade pode comprometer rapidamente sua viabilidade.
Para evitar isso, seguimos os mesmos princípios de conservação das sementes que nós mesmo produzimos, que falamos no post anterior:
- Transferência para recipientes adequados – Após abrir o envelope, armazenamos as sementes em potes de plástico, vidro ou alumínio, garantindo que não fiquem expostas à umidade.
- Registro da safra e validade – Sempre anotamos o ano de produção e a validade informada na embalagem. Por exemplo, se uma semente foi colhida em 2020 e tem validade até outubro de 2026, anotamos esses dados no recipiente.
- Armazenamento em temperaturas amenas – Para prolongar a viabilidade, mantemos as sementes em um ambiente fresco, como a parte inferior da geladeira, onde a temperatura mais estável preserva seu vigor germinativo.
Cuidado com Defensivos Agrícolas
Por fim, antes de armazenar sementes compradas na geladeira, é essencial verificar se elas não contêm defensivos agrícolas ou agrotóxicos. Felizmente, diversas marcas têm priorizado sementes livres desses produtos, atendendo à demanda do cultivo doméstico e sustentável.
Ao seguir essas dicas, conseguimos maximizar o aproveitamento das sementes, seja as que colhemos ou as que compramos, garantindo um cultivo mais eficiente e sem desperdícios.
Agora é só armazená-los corretamente e garantir hortaliças saudáveis para todo o ano!
Até mais pessoal!