Nossa experiência com a puba 2.0 – Parte 1 | Fazendo a puba 2.0

Hoje vamos falar sobre a puba, um
dos produtos derivados da mandioca.

Colhemos uma mandioca bem grande,
e a aproveitamos integralmente. Reservamos um pouco dela para consumir in
natura, mas a maior parte usamos para fazer puba e farinha, de onde saiu também
o polvilho e o tucupi

 

A farinha, o polvilho e o tucupi manso nós já mostramos
em outro post. Neste post vamos
explicar como estamos fazendo nossa puba.

A puba tradicional, que muitos de
nós conhecemos, é obtida colocando-se a mandioca na água, onde deve ficar
submersa por um certo tempo, até que a raiz amoleça. Essas raízes são então
lavadas, raladas ou amassadas, e a massa obtida é então prensada para retirar o
líquido. O resultado é a puba, que serve para preparar bolo, grolado, dentre
outras receitas.

Mas há uma outra forma de
preparar a puba
. Aprendemos esse processo com Ernst Götsch, considerado o
criador da Agricultura sintrópica, num vídeo publicado no youtube. Achamos essa
puba sensacional e já faz um bom tempo que a estamos utilizando.
 

O processo inicial de produção
dessa puba é semelhante ao da produção de farinha. De início, a mandioca é
descascada e depois ralada. Nós preferimos utilizar o liquidificador, já que
processamos uma quantidade maior por vez. Como utilizamos água para bater, a
massa fica um pouco lavada. Mas não há desperdício, já que depois recolhemos o
polvilho e fazemos o tucupi. E a puba resultante tem boa consistência e ótimo
sabor. Vai dando certo!

  A mandioca
descascada processada no liquidificador.
 
 Para facilitar, a massa passa é peinerada antes de ser prensada.
 

Em seguida, depois de escorrer um
pouco, a massa é prensada. Pode-se fazer isso à mão, mas criamos uma prensa
para fazer isso. Já mostramos uma prensa aqui, mas essa é outra, que estamos
aperfeiçoando. Num post futuro mostraremos mais sobre ela.
 

 Depois de escorrer um
pouco, a massa é prensada.
 
  Após prensada, a massa sai bem sequinha
 

A massa sai bem sequinha. Esse é
o momento em que ela poderia ser secada e torrada, para virar farinha, ou ir
para a chapa ou a panela, para virar o famoso beiju.

Mas não é isso o que vamos fazer
aqui. Vamos seguir na fabricação da puba, colocando essa massa em recipientes
para fermentar. Nesse processo, é preciso ir colocando a massa aos poucos, e ir
pilando ela com um soquete, visando retirar ao máximo o ar.

 

Enchidos os potes até a borda,
basta fechá-los e mantê-los em local adequado, em temperatura ambiente, para
que ocorra a fermentação
.

 

Essa fermentação pode durar cerca
de uma a duas semanas
. Vai depender da temperatura, pois em climas quentes a
fermentação é mais rápida.

Há uma forma simples de perceber
quando a puba está pronta. Isso porque a fermentação da massa da mandioca
produz um líquido que, em virtude dos gases gerados, é expulso para fora dos
potes, mesmo com a tampa fechada. Portanto, quando esse líquido para de ser
liberado, é sinal de que a fermentação está completa!

Estamos num clima muito quente, e
nossa fermentação se completou em apenas 4 dias! E já está pronta nossa puba. É
hora de abrir os potes e ver o resultado. Por incrível que pareça, a
fermentação não gera cheiro ou sabor desagradável. Muito pelo contrário!

Veja todo esse processo bem detalhado no vídeo:


Até mais pessoal!

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