Hoje compartilhamos com vocês a soltura responsável de uma cobra jiboia, que encontramos em nosso quintal. Aliás, essa não foi a primeira e nem será a última visita de animais silvestres por aqui. Por estarmos afastados da área urbana e bem próximos a fragmentos de mata, é comum recebermos esses visitantes inesperados.
Já passaram por aqui tatu, gambá, teiú e outras serpentes não peçonhentas. Quando necessário, realizamos o resgate com todo cuidado e fazemos a soltura em locais próximos, porém mais seguros para nós e para eles, sempre com respeito à natureza.
Por isso, embora a jiboia não nos faça mal, decidimos realizar a soltura responsável em um local mais apropriado.
Identificação da espécie
A jiboia pertence à espécie Boa constrictor, uma serpente nativa e não peçonhenta da família Boidae.
Essa espécie é amplamente distribuída pelas Américas, sendo encontrada desde o México até o norte da Argentina. Em outros países, ela é conhecida por nomes como “boa constrictor” (em inglês), “boa constrictora” (em espanhol).
Ela tem papel importante no equilíbrio ecológico, controlando populações de roedores e ajudando a manter a saúde do ambiente.

Hábitos e características da jiboia
As jiboias são animais de hábitos noturnos, geralmente mais ativos ao entardecer e durante a noite. Durante o dia, costumam se abrigar em locais protegidos, como troncos ocos, buracos no solo ou entre a vegetação. Por serem semiarborícolas, podem ser vistas tanto no chão quanto em galhos baixos.
Diferente de muitas serpentes, a jiboia é vivípara, ou seja, seus filhotes se desenvolvem dentro do corpo da mãe e nascem já formados. Uma única gestação pode resultar em até 30 filhotes, que nascem com cerca de 50 centímetros. Esse tipo de reprodução aumenta as chances de sobrevivência dos filhotes, já que eles não ficam expostos em ovos no ambiente.
Segurança e cuidados com a espécie
Mesmo não sendo venenosa e agressiva, é importante manter uma distância segura e evitar qualquer interação além do necessário.
Embora a jiboia não não represente risco de envenenamento como já falamos, sua mordida pode ser dolorosa e causar ferimentos significativos. Segundo especialistas, o trauma provocado pelos dentes da jiboia pode gerar cortes profundos, principalmente se o animal se sentir ameaçado ou for manipulado de forma inadequada.
Por isso, é essencial evitar o contato direto e nunca tentar tocar ou capturar o animal sem preparo técnico. Em caso de mordida, recomenda-se lavar bem o local com água e sabão e procurar atendimento médico para avaliar a necessidade de cuidados adicionais, como uso de antibióticos.
Além disso, vale lembrar que mesmo sendo considerada inofensiva para humanos, a jiboia pode representar risco para animais de pequeno porte, como cães e gatos, devido à sua força de constrição.
Soltura e convivência com a fauna local
Essa soltura faz parte da nossa convivência com a fauna silvestre. Cada animal que aparece reforça que o nosso espaço está em equilíbrio com a natureza.
Escolhemos um lugar tranquilo, com vegetação, água e sombra, para que ela possa seguir seu caminho com segurança.
Se acontecer algo parecido aí, lembre-se: o mais importante é agir com cuidado, respeito e informação.
E sempre que possível, contar com órgãos ambientais ou profissionais capacitados. Esses especialistas estão preparados para avaliar a situação corretamente, garantindo a segurança de todos os envolvidos, tanto dos humanos quanto do animal silvestre.
Eles conseguem identificar corretamente a espécie e orientar a melhor forma e local para a soltura, considerando as condições ideais para a sobrevivência do animal e a segurança do ambiente.
É importante não confundir espécies nativas com exóticas, pois soltar uma espécie exótica fora do seu habitat natural, pode causar desequilíbrios ambientais graves e afetar a fauna local.
Entrar em contato com instituições como o Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, IBAMA ou ONGs locais é sempre a melhor alternativa em casos de dúvida ou necessidade de resgate.
Registros de outros visitantes
Temos registros de outros animais que passaram por aqui, como o tatu, que se deslocava entre os canteiros, ou o gambá que apareceu durante a noite procurando alimento.
Também já vimos o teiú outras serpentes não peçonhentas.
Esses momentos são preciosos e nos lembram diariamente da importância de manter o equilíbrio entre humanos e natureza.
O propósito do nosso blog
O Semente de Tudo nasceu com o propósito de compartilhar conteúdos sobre agricultura orgânica, alimentação saudável e ideias criativas que fazem parte do nosso cotidiano.
Com o tempo, percebemos que a convivência com a fauna silvestre também é uma expressão desse estilo de vida mais consciente e conectado à natureza.
Por isso passamos a dividir esses encontros, que nos ensinam tanto e reforçam a harmonia do nosso espaço com o ambiente ao redor.
Esperamos que esse vídeo inspire mais pessoas a enxergar os animais silvestres com admiração e responsabilidade.
Ao invés do medo ou da rejeição, que possamos cultivar o olhar curioso, o gesto acolhedor e o respeito pela vida que caminha junto à nossa.
Esperamos que tenha gostado! Até mais, pessoal!